Por Marcela Zanateli, colaboração para Meninas Empreendedoras
Que as vozes das mulheres estão sendo mais ouvidas e que hoje já são parte fundamental do processo de mudança da sociedade, não restam dúvidas. Sendo em grupos de Facebook ou mesmo em nossa comunidade, podemos perceber as vozes femininas mais fortes.
No mundo da cultura pop não é diferente. Nesta terça, dia 18, foi liberado o primeiro trailer da Capitã Marvel, novo filme da Marvel Studios que leva a personagem Carol Danvers como a heroína protagonista. Há 10 anos, porém, o cenário era completamente diferente. Os filmes de super-heróis tinham os homens como protagonistas principais e que resolviam a história, além de hipersexualizarem as únicas heroínas que eram apresentadas nas telonas.
O Universo Cinematográfico da Marvel explica bem a mudança que estamos vivendo. O primeiro filme, o Homem de Ferro de 2008, por muitos já é considerado machista, sendo que na época não foi levantado nenhuma questão sobre o assunto. Já o segundo filme do Homem de Ferro, de 2010, mostrou a primeira heroína da Marvel nos cinemas, a Viúva Negra. Com seu super decote e o uniforme justo, é fácil perceber o quão hipersexualizada a figura feminina foi na época.
A diferença da Viúva Negra desde a sua primeira aparição até o último filme, Os Vingadores: Guerra Infinita, deste ano, pode ser sutil para alguns, mas é definitivamente uma grande mudança. O uniforme se tornou mais tático e cobre mais partes do corpo, além das cenas, em que agora ela consegue mostrar mais suas habilidades na luta e no raciocínio.
Surfando nesta mesma onda veio a DC. No filme de Batman V Superman, de 2016, é apresentado uma das personagens mais fortes da DC que, até então, era deixada de lado nos filmes para telonas: a Mulher Maravilha. O filme que teve Gal Gadot interpretando Diana Prince, de 2017, foi aclamado pela crítica e pelo público em geral, mas principalmente pelas mulheres. Muitas se sentiram, pela primeira vez, representadas nos filmes de heróis. Dirigido por outra mulher, Patty Jenkins, o filme foi sucesso de bilheteria alcançando 821,8 milhões de dólares, mais que o filme da Liga da Justiça (2017), que arrecadou 657,9 milhões de dólares.
Já nos quadrinhos, o cenário é o mesmo. Batgirl foi toda reformulada e é um fenômeno no quesito de popularidade. Além do visual da arte ser mais leve, sai o colante tradicional e entra um uniforme menos sexualizado, com jaqueta de couro e botas. A história também se modernizou e a Batgirl hoje nos quadrinhos não se permite vitimizar, ela tem seu próprio apartamento, mora com as amigas e se cerca de questões típicas de uma mulher. É forte e, ainda assim, a heroína não deixa de sofrer com as inseguranças de uma adolescente de sua idade. As vendas das HQ’s foram tanto sucesso, que já foi confirmado um filme da Batgirl e outro das Aves de Rapina (que une as vilãs e heroínas da DC) pela Warner. Alguns sites afirmam ter ouvido rumores de que o estúdio procura repetir o sucesso de Mulher Maravilha, e está em busca de diretoras para comandar os projetos.
O filme da Capitã Marvel é consequência dessa mudança em nossa sociedade, aonde as mulheres estão tomando os postos de protagonistas e tornando o mundo mais igualitário em todos os setores da nossa comunidade. Em uma entrevista para a Vulture, Kevin Feige (o diretor da Marvel Studios), afirmou que a Capitã Marvel será, de longe, a personagem mais poderosa do Universo Cinematográfico da Marvel.
O lançamento de Capitã Marvel é previsto no Brasil para 7 de março de 2019. E você, está animado para assistir?